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Da mesma forma que Diane Arbus e Jacob Riis, Vivian Maier deixou registros sobre os indivíduos e suas relações com o espaço e com a sociedade. Vivian, uma babá inegavelmente apaixonada pela fotografia produziu durante sua vida um material volumoso retratando o mundo em que ela vivia. Porém essa produção não foi compartilhada até sua descoberta nos últimos anos de vida da babá.

Em 2005, John Maloof comprou uma caixa de fotos e negativos em um leilão de objetos que foram tomados devido à falta de pagamento do depósito em que estavam guardados. Nessa caixa encontrou boa parte do trabalho de Vivian, alguns impressos mas a maioria em negativos. O que ele conta em seu site e nos livros que dedicou ao trabalho da fotografa, é uma reunião de todos os fatos, registros, cartas e depoimentos que conseguiu sobre ela. Recentemente lançado no Brasil o livro “Vivian Maier: uma fotógrafa de rua”(2011) traz uma edição de Maloof com as fotos de Vivian e poucos textos sobre a vida da fotógrafa.

Vivian nasceu em 1 de fevereiro de 1926 em Nova Iorque, mas passou maior parte da sua infância na França, segundo Maloof, em 1950 começa a trabalhar como babá para uma família de North Shore, em Chicago. Não se sabe muito da história da fotógrafa, mas não há registros de que ela tinha algum contato com a família ou amigos, nunca se casou e não teve filhos, os comentários sobre ela encontrados por John a definiam como uma pessoa reservada e excêntrica. Geoff Dyer, autor do prefácio do livro, comenta: Vivian Maier representa um caso extremo de descoberta póstuma; de alguém que existe unicamente nas coisas que viu. Maier não apenas era totalmente desconhecida no mundo da fotografia, como ninguém parecia sequer saber que ela tirava fotos. (Dyer, 2011)

Há registros de que Vivian fotografou não os arredores de seu bairro em Chicago, como também fez muitas viagens pelo mundo, incluindo a América do sul e a Europa. Porém a sua produção mais extensa é do cotidiano, das ruas, pessoas, animais, comércio e passeios. Além de ter notado gosto por auto-retratos em espelhos e vitrines.

Maier fotografou sobretudo a sua visão do mundo, as pessoas que faziam parte dele e suas relações com o espaço. Se este trabalho se dedica à busca pelo olhar do outro, as fotografias de Maier são importantes para perceber como alguém pode se relacionar com o mundo, absorvendo as influências e se transformando com suas relações. A produção de Vivian portanto pode ser entendida como um registro de seu olhar.

Outras referências

 

Edu Monteiro

 

Jacob Riis

 

Diane Arbus

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© 2014 Ju de Sávio Fotografia

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