Também podemos encarar o trabalho de Diane Arbus uma fotógrafa nova iorquina que nasceu em 14 de março de 1923 e aos 18 anos casou-se com Alan Arbus, que trabalhava no departamento de propaganda da loja do pai de Diane. O marido lhe deu a primeira câmera, pouco tempo depois, junto com ela criou uma agência de publicidade voltada à fotografia de moda. A sociedade dura mais de 10 anos porém Diane e Alan sentem-se cada vez menos interessados pela fotografia de moda e terminam a sociedade e o casamento ao mesmo tempo. Carlos André Carvalho, em artigo para a Revista Digital Intersemiose (2013), procura relacionar a produção de Diane ao Teatro do Absurdo, ressaltando que suas fotografias mostram friamente indivíduos expostos na precariedade de suas condições humanas, fortemente marcados por traços que os identificam em grupos específicos, marginalizados pelas diferenças expostas ao olhar e condenadas por sua condição. (Carvalho, 2013 pg. 38)
Após o rompimento com o marido Diane se dedica a retratar indivíduos incomuns de Nova Iorque, por influência da convivência em estúdio com a fotógrafa Lisette Model, que retratava padrões extremos da sociedade, Diane começa a buscar esses personagens, nas ruas e em locais específicos, como casas de show e circos, como afirma Carlos André.
Em busca de um estilo mais pessoal, Diane passa a frequentar, na segunda metade da década de 1950, o estúdio da fotógrafa austríaca Lisette Model, que havia se tornado conhecida por registrar os extremos das aparências (pessoas magras, gordas, ricas, pobres, altas, baixas etc.). Fascinada pelo estilo nada comum das fotos de Lisette que viu durante as aulas de fotografias, Diane começa a “descobrir” uma outra Nova York.
(Carlos André Carvalho (UFPE); “Freaks: o Teatro do Absurdo nas fotografias de Diane Arbus”; 2013, INTERSEMIOSE, Revista Digital, nº 11 jan\jun 2013. pg. 39. ISSN 2316-316X)
O que pretendo ressaltar da produção de Diane Arbus é essa busca pelo indivíduo sem a pretensão de atrair olhares para suas causas, mas sim de desmistificar sua aparência e os personagens que vestiam. Segundo o site do Centro de Fotografia ESPM (2013), as fotos da artista eram um resultado dos encontros com esses indivíduos, já que ela construía com eles uma relação antes de fotografá-los.
Diane Arbus utilizou a fotografia como ferramenta para buscar e conhecer o íntimo desses personagens mais incomuns que a cercavam. O seu olhar é o resultado dessa pesquisa sobre o sujeito que vai além dos conceitos que estabelecemos diante de suas aparências. O cenário de suas fotos é o espaço íntimo que ela conseguia penetrar de seus modelos, através do interesse e respeito que mostrava por eles.


